quarta-feira, 5 de junho de 2013

Foz do Iguaçu (de ônibus!)



       Há muito tempo eu tinha vontade de visitar Foz do Iguaçu e conhecer as cataratas. E, nessas férias, resolvi colocar meus planos em prática! As cataratas ficam no rio Iguaçu - óbvio! - que divide o Brasil da Argentina. Por esse motivo, existem dois parques que abrigam plataformas com vista para as cataratas: o parque brasileiro e o parque argentino. Todas as pessoas com quem conversei e pra quem perguntei me deram a mesma opinião (que agora eu corroboro): não existe um lado melhor! Os dois passeios se complementam e o ideal é fazer os dois!
       O parque brasileiro é muito bem estruturado. Como é concessionado, é muito bem organizado, tem diversas atrações disponíveis e é muito bem sinalizado. Quando você compra o ingresso e entra no parque tem uma linha de ônibus à sua disposição. Isso é necessário porque o parque é bem grande! Pelo que eu entendi, foi estendido porque não existia espaço suficiente próximo às cataratas para o estacionamento de carros de passeio e ônibus. Então, a solução foi fazer a entrada do parque mais próxima da rodovia e disponibilizar uma linha de ônibus (com valor já incluso na ingresso) para transportar os turistas entre as atrações e a entrada. Os ônibus geralmente tem dois andares e o andar de cima é aberto. A vista de cima é muito mais legal, mas sugiro não subir em épocas de frio a menos que você esteja bem agasalhado!
       Dentro do parque brasileiro (R$ 25,10 para brasileiros) é possível fazer rapel, rafting e arvorismo/tirolesa (pagos à parte). Não fiz o rafting como queria ter feito, mas fiz um passeio de barco que te leva pelo rio, abaixo das cataratas, e que chega bem perto de algumas das quedas, passando com você até mesmo embaixo de algumas delas. Não sou parâmetro, mas fiquei até meio zonza e sem ar. Ver essas cataratas de perto e chegar tão próxima de algumas delas é estonteante! Não tenho como recomendar os outros passeios porque não fiz, mas acredito que fazer esse passeio é imprescindível e é uma experiência única! Para fazer o passeio, desça do ônibus no ponto do Macuco Safari (os pontos são todos anunciados em um auto-falante dentro do ônibus). Como ele vai te molhar (com certeza!) leve ou compre uma capa de chuva. Nós compramos na entrada do parque (de um senhor que estava vendendo na fila) por R$ 5 (do lado de dentro custa R$ 8). Na descida para o passeio também existem armários disponíveis (R$ 5) para guardar seus pertences. Sugiro que leve um chinelo nesse dia e deixe o tênis no armário. Dá pra ir descalço, mas as pedras da escadaria de descida machucam um pouco os pés. O lado ruim desse passeio é o preço: R$ 140 por pessoa! Descobrimos depois que é possível fazer o passeio do lado argentino por algo em torno de R$ 50 (150 pesos), mas não tenho como dizer se são equivalentes ou se o argentino é melhor ou pior, já que acabei não fazendo.
       Quando você volta do passeio, toma o ônibus de novo em direção às cataratas propriamente ditas. Você tem a escolha de descer um ponto antes e fazer uma trilha - que não é bem uma trilha, mas um calçadão de pedras em cujo caminho é possível ver canions e quedas não visíveis da plataforma principal - ou ir direto ao assunto, descer no último ponto e visitar logo as plataformas centrais de onde você vai ter a visão mais impressionante. Todas as quedas ficam do lado argentino, mas a melhor vista delas é presenciada nas nossas plataformas. Os moradores de Foz costuma dizer que a Argentina tem o espetáculo, mas nós temos a platéia! E é inexplicável a sensação de se deparar com algo tão grandioso! Pra mim, a idéia é tão surreal que a foto me parece Photoshop agora!

Cataratas vistas do lado brasileiro
  
       Depois do parque vale muito a pena visitar o Parque das Aves (R$ 20). Coloquei o link do Google Images aí porque é exatamente isso que você vai ver! No começo existem algumas gaiolas e, diante delas, eu estava até com medo de me decepcionar: ver pássaros em gaiolas não é tão legal assim! Mas mais pra frente você descobre que cada centavo pago vale - e valeria até ainda mais: você entra no viveiro com elas e consegue ver todas bem de pertinho!  Dependendo do humor dos tucanos - que geralmente varia com a muvuca em volta deles, então vá cedo! - você consegue fazer carinho em alguns dos que ficam sentados nos corrimãos das passarelas dentro dos viveiros. Mais pra frente tem também um viveiro de beija-flores e borboletas (muito maiores que os primeiros!). Pra corroar a visita, você passa pelo viveiro das Araras Azuis (iguais às do desenho Rio) e vermelhas. No fim, se você quiser enfrentar a fila, pode tirar uma foto com uma Arara Azul sentada no seu braço (mas eu me contentei em poder chegar bem perto delas).

Araras bem pertinho!
  
       A próxima parada, como era de se esperar é o lado argetino. Mas, como era também de se esperar de um passeio de brasileiros na Argentina, foi uma presepada! rs Não pela cidade, que é muito bonitinha, nem pelas visão deles das cataratas, que é magnífica (descrevo melhor abaixo), mas pelo temporal - sim, temporal, não chuva! - que nos seguiu durante o dia todo!
       O parque argentino (115 pesos, algo em torno de R$ 40 - que você deve trocar ANTES de chegar lá, porque eles não aceitam real!) é bem diferente do brasileiro: ao contrário do brasileiro, onde você é obrigado a fazer tudo de ônibus (à exceção da trilha das cataratas), o argentino é praticamente livre para exploração. Tem um jeitão bem mais rústico e menos colorido de ser (apesar dos preços nas lojinhas de comida e suvenir serem bem similares - e tão caros quanto! - aos do lado brasileiro). Logo no acesso do parque você já avista a estação central: ao contrário do lado brasileiro, no lado argentino o transporte é feito por trem. É possível tomar o trem ou pegar uma trilha para chegar à segunda estação da linha. Dali você pode partir para as trilhas inferior e superior. Segundo o que ouvimos - não fizemos essas trilhas por conta da chuva - a trilha superior é mais curta e permite chegar perto de algumas quedas visíveis da trilha no lado brasileiro. A trilha inferior é a que você pega caso queira fazer o percurso de barco do lado argentino. Como eu disse, não tenho como informar se é melhor ou pior que o brasileiro, mas é muito mais barato! (R$ 140 contra 150 pesos - mais ou menos R$ 50 dependendo da cotação que você pegar). Seguindo no trem você vai até a última estação: A garganta do diabo! Você desce do trem e percorre coisa de 1km (estou chutando) em uma plataforma vazada em meio à mata e sobre o rio para chegar até a famosa Garganta do Diabo: a mais volumosa das quedas do conjunto e a mais... Não tem como descrever! É quase assustador! O final da plataforma é bem ali e a visão e o barulho das quedas provocam uma sensação indescritível! 

A foto não ficou muito boa, mas...

       Ao voltar do parque, se você se interessa também por estruturas urbanas diferentes, como eu, vale a pena dar uma volta em Puerto Iguazu. Tem construções bem diferentes das daqui. Algumas das lojas tem um clima meio velho oeste, feitas de madeira e com beirais que cobrem as calçadas. Várias casinhas em grandes quintais e com muros baixos também. Tem realmente um clima bastante distinto das nossas cidades e eu acho interessante testemunhar essas diferenças!
       Se você tiver mais do que dois dias em Foz, sugiro fazer uma visita a Itaipu. Muito interessante descobrir como a usina realmente funciona (acabou com minhas ilusões de que o vertedouro era onde ficavam as turbinas! rs) e ver de perto uma obra humana tão grandiosa. Foz do Iguaçu definitivamente não é um lugar para pequenezas! rs Faça o circuito especial (R$ 60), que é o que te leva por um passeio pelas áreas externas da usina, passando por cima dos vertedouros e da estrutura da barragem e também por uma visita interna, pra ver a usina funcionando em si. Pra fazer esse passeio, é bom reserva antes: chegar lá em cima da hora não é o suficiente e os lugares, que são bem mais limitados do que pra visita panorâmica (visita somente externa) vão estar esgotados! Se for fazer qualquer visita no parque - tem outros passeios também que acabamos não fazendo por falta de tempo - chegue cedo: eles não lidam bem com alta lotação e as filhas na bilheteria ficam enormes! Descobrimos depois também que é possível pagar meia nos passeios usando o cartão Itaú (débito e crédito) mas, pra isso, a compra deve ser feita online.

Vista da barragem e do sorvedouro da represa
Vista da represa
       
       Também gostei bastante da cidade de Foz, especialmente do centro. Ao contrário do centro aqui (infelizmente), lá é tudo limpo, bonito e bem cuidado. Fiquei em um hostel, um hotel beeem simples bem no centro da cidade. Isso foi ótimo porque pudemos nos locomover pela cidade toda de ônibus (mais informações abaixo) sem ter a necessidade de alugar (gastar e se preocupar com) um carro! Também gosto bastante de andar a pé pra conhecer o lugar, então, à parte do barulho típico de centro de cidade (com a qual estou acostumada), foi perfeito! A parte legal de ser um albergue - bem simples mesmo, mas não vejo a necessidade de gastar dinheiro já que mal ia ficar no hotel - é que, no último dia, pudemos alugar um armário pra guardar nossas coisas, ao invés de ter que carregá-las conosco pro passeio de Itaipu ou ter que pagar mais uma diária pra que elas ficassem seguras. Mesmo que não seja nesse hostel, recomendo ficar na região por ser extremamente bem localizada! E, se você ficar por ali, recomendo muito, muito mesmo ir até o Brasa Burguer Hamburgueria (ver abaixo). Eles preparam uns shawarmas deliciosos (sanduíche de carne no pão sírio com temperos de especiarias turcas) e o melhor hambúrguer que eu já comi: artesanal - disforme até, como os hambúrgueres artesanais devem ser! - com um tempero ótimo e um molho de alho muito saboroso! (Eu adoro molho de alho!). Dois shawarmas, uma porção de polenta e uma torre de chopp de dois litros ficaram ao preço de R$ 23 por pessoa!

Av. Brasil, meio que um calçadão na esquina do hostel
       
       Também existem outros passeios que não fiz, como o passeio noturno pra ver a iluminação na usina (precisa ser reservado e só acontece de sexta e sábado), um passeio de Catamarã no Lago da Usina no pôr do Sol (dêem uma olhada no site de Itaipu), além de outros passeios. Uma sugestão legal que recebemos e que não deu tempo de fazer foi ficar de noite em Puerto Iguazu. Também não fomos ao Free Shop, nem a nenhum dos Cassinos lá e desistimos de ir ao Paraguai. Ouvi dizer que pro Paraguai é bom levar dinheiro - eles cobram o preço com ágio quando o pagamento é em cartão - e, de preferência, já convertido pra não perder na "conversão" deles. Nos avisaram que é melhor não atravessar a ponte a pé também, mas não sei quanto isso é realmente perigoso. A sugestão de um amigo meu era fazer as compras no shopping - NÃO COMPRE de camelôs! - logo em frente à ponte. Segundo ele, os preços são bons e você não corre o risco de se perder por lá. O site Férias Brasil tem umas dicas bem interessantes a respeito desses passeios.
       Eu gosto muito de viajar. E já viajei pra muito lugares do Brasil muito bonitos e impressionantes. Grandes e belas represas e um número sem fim de quedas d'água - eu gosto muito, muito mesmo de fazer viagens pra observar e entrar em contato com belezas naturais. Mas as cataratas do Iguaçu são, de longe, a paisagem mais impressionante que eu já vi! Não é à toa que elas estão na lista das 7 maravilhas naturais do mundo! E pra saber a magnitude delas, não adianta: nem fotos, nem vídeos, nem minhas palavras vão te proporcionar a experiência que você vai ter estando parado naquelas plataformas. Mas espero que eu, pelo menos, tenha te ajudado com minhas dicas de passeio! :-)

Preços 
  • Parque brasileiro (para brasileiros): R$ 25,10
  • Passeio de barco (brasileiro): R$ 140
  • Arvorismo/Tirolesa, Rapel e Rafting: R$ 80
  • Parque argentino: 115 pesos (+/- R$ 40, dependendo da cotação)
  • Passeio de barco (argentino): 150 pesos (+/- R$ 50, dependendo da cotação)
  • Passeio Circuito Especial em Itaipu: R$ 60 (meia com cartão Itaú comprando pelo site)
Ônibus
  • Aeroporto - Centro: linha 120 (R$ 2,90).  Atenção!: esse ônibus passa no mesmo ponto do aeroporto quando vai pras cataratas e quando vai pro centro. Ver a direção dele antes de entrar!
  • Centro - Itaipu: linha 101/102 (R$ 2,90).
  • Centro - Cataratas/Aeroporto: linha 120 (R$ 2,90)
  • Puerto Iguazu (Cataratas Argentinas): linha Puerto Iguazu (R$ 4). Descer no terminal de Puerto Iguazu e pegar um ônibus pras cataratas. Ouvimos dizer que existe um ônibus que custa 10 pesos (+/ R$ 3), mas pegamos o que custava 30 pesos. Todo mundo tem que descer no porto da polícia federal argentina. O ônibus pára, todo mundo desce, eles olham seus documentos (CNH, Passaporte ou RG com menos de 10 anos) o motorista espera e você volta pro mesmo ônibus.
  • Ciudad del Leste: não sei o número da linha, mas dá pra ir de ônibus e está a meio caminho de Itaipu
Atenção!: Essas são as linhas que passavam no centro, perto do hotel em que fiquei. Não sei informar quanto a outros pontos da cidade.

 Endereços
  • Brasa Burguer Hamburgueria: Av. Brasil, 319
  • Hostel Normandie: R. Quintino Bocaiúva, 653. Pra sair do hotel e pegar ônibus pra qualquer lugar, bastava seguir a Quintino até a Juscelino Kubtischek (100 metros) e virar à esquerda (pra ir pro Paraguai ou pra Itaipu) ou atravessar a rua e ir até o ponto do outro lado (pra ir pro Aeroporto, pra Argentina ou pras cataratas brasileiras). A hamburgueria fica na rua que faz esquina com a Quintino Bocaiúva, onde fica o hostel. 

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